Resenha do Livro: O Conto da Aia de Margaret Atwood - Editora Rocco!!!


Boa noite Leitores do Cantinho!!!

É com muito emoção que trago para vocês o primeiro livro do Projeto Fale. 

No Calendário Literário do Cantinho, estamos no mês de Março das Mulheres na Literatura.

Por isso o tema escolhido foi: Mulheres Que Perderam a Voz.

E para representá-las, escolhi uma das obras mais importantes da premiada escritora canadense, conhecida por seu ativismo político, ambiental e em prol das causas femininas: O Conto da Aia!!!!!

Em 2018, ele foi um dos mais elogiados e favoritados por blogueiros e youtubers. 

Um clássico de importância inigualável. Uma história assustadora que coloca na mesa o debate sobre a vulnerabilidade dos nossos direitos civis e da nossa liberdade, e principalmente da escravidão de mulheres.  


Livro: O Conto da Aia
Autora: Margaret Atwood 
Editora: Rocco
Páginas: 368

O Cantinho Indica: 5/5 Favorito!!!!!! 



O Conto da Aia!!!

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Sinopse:

Escrito em 1985, o romance distópico O conto da aia, da canadense Margaret Atwood, tornou-se um dos livros mais comentados em todo o mundo nos últimos meses, voltando a ocupar posição de destaque nas listas do mais vendidos em diversos países. Além de ter inspirado a série homônima (The Handmaid’s Tale, no original) produzida pelo canal de streaming Hulu, o a ficção futurista de Atwood, ambientada num Estado teocrático e totalitário em que as mulheres são vítimas preferenciais de opressão, tornando-se propriedade do governo, e o fundamentalismo se fortalece como força política, ganhou status de oráculo dos EUA da era Trump. Em meio a todo este burburinho, O conto da aia volta às prateleiras com nova capa, assinada pelo artista Laurindo Feliciano.

Confiram a Resenha!!!!!!!


 RESENHA: O CONTO DA AIA



O Cantinho Abre o Coração!!!!

Devastada!!! Inquieta!!!

Tudo incomoda dentro de mim.

É assim que fecho o livro.

A forma que a autora escolheu para contar essa história foi o que mais me abalou!!!

Uma mulher sem nome é a narradora.

Ela está sozinha. Não pode confiar em ninguém, por isso não há como pedir ajuda. Ela não tem como sair. E mesmo que pudesse, não tem para aonde voltar.

Ninguém sabe que ela existe. Ninguém sabe o que estão fazendo com ela. 

Então não vai acabar!!! Ninguém vai vir para salvá-la. 

Isso nos assusta. Dá muito medo!!! Foi fácil. Foi fácil demais!!! Poderia ser qualquer uma de nós!!! Desde a primeira página nos perguntamos: Como ela foi parar ali??? Como tudo começou??? O que foi exatamente que aconteceu???

A autora de forma muito inteligente não pode entregar essas respostas, ainda não, pois as lembranças que a personagem tem do mundo de antes são perigosas. Ela precisa escondê-las em um canto bem fundo de sua memória se quiser sobreviver!!!

O que ela nos dá é o cenário de onde a personagem se encontra agora. A personagem descreve a estrutura sob qual a nova sociedade foi fundada. E estabelece um parâmetro de comparação do ontem com o hoje. Em cada rua por qual ela passa, em cada estabelecimento que ela entra, nas poucas interações que lhe são permitidas com as únicas pessoas autorizadas, ela analisa o que perdeu: como ela podia viver, o que ela podia ter, aonde ela podia ir, com quem ela podia conversar, o que ela podia falar e o que ela podia fazer.

Não havia medidas. Antes ela era livre!!!! Mas você não lembra que tem pernas até elas serem contidas!!! Só que não foi apenas o seu ir e vir que foi limitado: eles aprisionaram sua voz, seu corpo, sua mente. Não sobrou nada. Era desesperador!!!

Apenas faço uma observação: por usar esse estilo de narrativa, em alguns momentos a leitura se tornou cansativa e repetitiva. Mas não desistam!!!

Porque por outro lado, esse mesmo estilo foi motivo de elogio à autora. Ela poderia ter desenvolvido o enredo de várias formas. Mas nenhuma delas causaria o mesmo impacto. Eu posso estar enganada, mas em minha opinião, ela criou uma armadilha.  A prova de que aquela mulher está viva, e de que tudo aquilo é real, somos nós leitores!!!!

Margaret Atwood nos transformou em testemunhas. Esse rosto sem nome está falando comigo, com você. E embora seja apenas uma ficção, não é. Nesse exato segundo, quantas mulheres no mundo não se encontram em uma situação da qual lutam desesperadamente para se livrar, e por algum motivo não podem, ou não conseguem???

Então, agora nós temos a responsabilidade.

Não corram! Não tentem fugir! Vocês já sabem. É tarde demais.

O que cada um de nós irá fazer???



Se você é mulher...

Degradante!!!! Humilhante!!! Aviltante!!!!!Desonroso!!!!! E todos os sinônimos que vocês conseguirem encontrar!!!

Mas principalmente desumano!!!!! Cruel!!!!

Contra o quê estamos lutando aqui???Controle??? Poder??? Perdão??? Essa é uma das grandes questões levantadas no livro. Por que eles fizeram isso com as mulheres??? A personagem não sabe. Nós também não.

Eles simplesmente tomaram tudo delas!!! 

Eles pegaram tudo dessas mulheres sem nenhuma explicação!!!!!

Da noite para o dia, tiraram cada um de seus direitos. Elas perderam o emprego, o dinheiro, a família, o lar, a voz.

E depois, eles arrancaram a sangue frio a liberdade delas!!!

Chega!!! Chega!!! Chega!!!

O quê??? Vocês não aguentam mais ouvir???

Isso foi apenas o começo. O pior ainda está por vir....

É simplesmente de arrepiar!!! Vocês conseguem imaginar??? Elas perderam a condição de indivíduo da espécie humana!!!!!

Ou eram úteros de pernas ou não mulheres!!! Pertenciam ao governo agora. Eram coisas!!!

Se você tivesse a “sorte” de servir como útero de pernas, seria um corpo oco, com o único propósito de ser usado para procriar. Ênfase na palavra “usar”. Elas foram completamente violadas de suas dignidades. A impressão que temos é que agora, tudo gira em torno da necessidade de se criar novas vidas!!! (Vocês irão entender quando tudo for explicado).

Agora, se você fosse  infértil, seria levada para junto das não mulheres. Eu não posso revelar quem eram elas e nem o que faziam com elas. Mas garanto que qualquer uma iria preferir morrer a ter o mesmo destino que elas.

Na falta de uma palavra melhor, já que elas não tinham escolha, vou dizer que ainda existia uma terceira “opção”. Mas vocês só irão descobrir ao ler o livro, eu também não posso contar.




Vestindo Vermelho: As Aias

Ela foi enviada para uma casa que pertence à mulher do comandante do exército.

Ela é indesejada, é odiada, ela é vista com repulsa.

Mas precisam de seus serviços para gerar uma nova vida. Então, mesmo que sua presença signifique humilhação para a esposa, a ordem é que ela fique!!!

Você irá identifica-la de longe por seus trajes vermelhos padronizados, cobrindo-lhe praticamente o corpo todo.

Sua única chance é engravidar. Ela precisa engravidar. É o que dizem. Que ela será poupada se engravidar...




Ponto Alto do Livro!!!!

Quando eu sair daqui.....

Essa ideia ficou presa em minha mente durante todo o livro.

Mas nunca significou esperança. 

Porque eles destruíram isso também.

Elas foram doutrinas.

Pelo medo...

Pela punição....

Pelo fanatismo....

Foi mais uma subtração. 

Esse é o ponto alto da história: para estar na pele de uma mulher de roupa vermelha, você precisava se desconstruir. E depois se construir. E depois, para não se matar, se reconstruir. 

Pisando na superfície, mas sem se mover..........

Ela precisava fazer isso certo, para eles não a pegarem.

Vivia na beirada da própria identidade. Não podia cair.

Ela foi preparada. Eles disseram o que fazer. Ela decorou o discurso.

Era só um papel a ser desempenhado.

Ela ensaiou tantas vezes, que depois de um tempo estava se tornando verdade. A verdade que a mantinha segura.

Segure os pensamentos..........

Mas estava tão longe de si mesma. Era sufocante não sentir nada. E muito doloroso sentir tudo.
Não podia fugir para sua mente. As lembranças a faziam escorregar. Não são reais. Não permita que sejam reais. Ela não vai conseguir fingir se forem reais.

É esmagador!!!!

Ela não é capaz de alcançar!!!! Não vão lhe devolver sua vida!!!!

Ela só precisa aguentar até tudo passar.

Mas nunca existiu um paraquedas......






Troféu do Cantinho: Favorito do Ano!!!!!



Aviso aos Leitores: Essa resenha foi escrita em forma de poema. Não há quotes, citações do livro, ou spoiler. Toda as palavras utilizadas são de minha autoria. Eu derramo em meus textos, o meu coração, o que eu senti ao ler o livro. É isso que encontrarão aqui, no Cantinho.





Contato com a Editora:














20 comentários

  1. Oi Cila! Uau, é o que eu consigo falar depois de ler a tua resenha em forma de poema que conseguiu tocar e mostrar brevemente a essência do livro. Eu ficava receosa em ler justamente por saber que em algum momento a história ficaria arrastada, mas é impossível não se sentir impelida a conferir o que essa obra digna de tantas menções traz ao leitor.
    Beijos, Adri
    Espiral de Livros

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  2. Oi Cila
    Esse livro... Nunca vou conseguir explicar exatamente tudo o que ele faz com a gente durante a leitura. É destruidor, esmagados, a gente quer parar de ler pra que ela não sofra mais, porém continuamos lendo, porque ela está contando sua história e após passar por tudo isso ela merece e precisa ser ouvida. Amei a sua resenha.

    Vidas em Preto e Branco

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  3. Olá tudo bem ? Boa leitura para o mês das mulheres. Sua resenha muito bem escrita , em forma de poema transborda a emoção do livro. Parabéns.

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  4. Boa escolha e tudo haver com esse mês dedicado às mulheres. Fiquei muito interessada leitura.

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  5. Uma história muito densa e forte, mas sinceramente eu não me sinto pronta para ler, nem a série eu quis assistir ainda, pois nem isso ainda tive coragem, talvez coragem não seja a palavra certa, eu quero me sentir pronta para ler e assistir. Parabéns pela belissima resenha.

    Beijos

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  6. Que livro magnífico em dedicação a mulher, o livro tem assuntos que aborda as mulheres, gostei muito do livro, é uma leitura que vai prender os leitores, maravilhosa a sua resenha, livro incrível bjs.

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  7. Eu já tinha ouvido falar neste livro. Mas das resenhas que li dele, a sua foi a que mais me deu vontade de ler. Parece ser uma leitura que mexe muito com a gente. É como se participássemos da história. Envolvente né?

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  8. Quero tanto ler esse livro, pois acabei assistindo as duas temporadas da série antes e também me sinto testemunha de todas as barbaridades que acontecem por lá. O pior de tudo é que o livro traz um enredo que não é impossível de acontecer na realidade, afinal a gente se assusta com tanto machismo e intolerância. Adorei o post.

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  9. Olá, tudo bem? Vejo os leitores falarem suuuper bem desse livro, então tenho bastante curiosidade de ler, sem contar que parece ser uma leitura bastante necessária. Adorei tua resenha, ficou incrível!

    Beijos,
    Duas Livreiras

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  10. Pensar que as mulheres sempre foram arduamente oprimidas e reprimidas ao longo da história da humanidade é angustiante no mesmo tanto que incompreensível, como pudemos permitir tantas atrocidades em nome de um pensamento injustificável? Se a série já é excelente fico imaginando o que esperar do livro, a partir dessa resenha concluo que é uma leitura irrecusável e inesquecível. Já separei para futuras leituras!

    Abraços!

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  11. Sem dúvidas, o Conto de Aia foi uma das melhores leituras que eu fiz na vida.
    Foi difícil finalizar, me senti desconfortável e angustiada, mas a autora consegiu o que queria: me fazer refletir.

    Sai da Minha Lente

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  12. Oiii Cila

    Esse livro é muito impactante, acho que consegue passar direitinho pr nós aquele sentimento de revolta e impotência pela situação vivida. Da autora tenho também pendente outro livro pra ler: Vulgo Grace e espero conferir em breve porque parece ser tb bem legal.

    Beijos

    www.derepentenoultimolivro.com

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  13. Estou com essa distopia na minha lista de desejados, esse ano ainda irei ler, pois estou muito curioso para saber dessa história na íntegra. Sua resenha está perfeita, parabéns!!!

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  14. Mas gente!!! Eu já estava curiosa por este livro, agora esrou muito mais!! sua resenha é maravilhosa!! Amei!

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  15. Tô com esse livro faz tempo na lista, queria ler antes de começar a séria mas ainda não comecei, sua resenha me deixou ainda mais com vontade.

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  16. já tem um tempo que quero ler esse livro, mas não encontro uma promoção que caibano meu bolso, mas a cada nova resenha sei que não vai ter jeito, preciso comprar logo. Imagino o quanto seja esmagador acompanhar a vida dessas mulheres e nem sei como me sentirei durante essa leitura, mas espero fazer em breve.

    Abraços.

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  17. Oieee Cila amada, que saudade! Se sua resenha me deixou sobressaltada em vários momentos, imagino o que este livro não fará comigo. Decididamente, não lerei este livro pelo fato de realmente me envolver demais com a trama e as personagens, sentir suas dores... sofro muito e fujo de tramas que me deixam a impressão de que sofrerei horrores.

    Bjos
    Tânia Bueno

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  18. É estranho sentir uma brutal e possível realidade num livro distópico, mas foi o que aconteceu comigo. Foi uma leitura necessária, mas preciso dizer que não foi uma leitura prazerosa e se eu precisasse escolher uma palavra para descrever o que li seria assustadora.

    Debyh
    Eu Insisto

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  19. Olá, tudo bem? Livro bem importante de ler né?! Adoro suas resenhas bem explicadinhas e esmiuçadas, por isso concordo com tudo (principalmente em uma hora que a narrativa cansa, mas para não desistir!). O Conto da Aia me deu uma nova perspectiva de mundo única. Adorei!
    Beijos,
    http://diariasleituras.blogspot.com

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  20. Eu necessito desse livro, venho adiando a leitura dele há tempos, mas você me deixou aqui louca para ler logo e acho que vou tentar encaixar nas minhas próximas leituras. Adorei a sua resenha!

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