Boa Noite Leitores do Cantinho!!!!
O Vencedor do Goodreads é uma coluna fixa do Cantinho para vocês conhecerem alguns livros vencedores do Prêmio Goodreads Choise Awards. Como o resultado é liberado apenas em dezembro, as resenhas serão postadas sempre no ano seguinte.
Como estamos no mês do Setembro dos Thrillers, hoje iremos trazer o Vencedor de 2022, na Categoria de Best Mystery & Thriller (Melhor Mistério e Suspense) : o livro "A Camareira" da autora Nita Prose!!!
Livro de estreia da autora canadense, que já vendeu mais de um milhão de cópias em todo o mundo, best-seller número 1 do New York Times , escolha do Good Morning America Book Club, Best-seller nº 1 no Canadá e no Sunday Times, Vencedor do Prêmio Ned Kelly de Ficção Criminal Internacional, indicado ao Prêmio Edgar de Melhor Romance, publicado em mais de quarenta países e em mais de trinta e cinco idiomas.
Sinopse:
Molly Gray tem dificuldade com interações sociais. Aos 25 anos, a jovem muitas vezes entende errado as intenções das outras pessoas, e sua avó costumava interpretar o mundo para ela, criando regras simples segundo as quais a neta poderia viver. Desde que a avó morreu, nove meses atrás, Molly tem navegado sozinha pelas complexidades da vida. Sua única alegria é ainda poder se dedicar com prazer ao emprego e realizar um trabalho impecável. Camareira do sofisticado Hotel Regency Grand, tem um amor obsessivo por limpeza e organização, o que a torna a pessoa ideal para o cargo. Certo dia, ao entrar na suíte do infame e riquíssimo Charles Black, a vida organizada de Molly vira de cabeça para baixo: além de encontrar os cômodos em completa desordem, a jovem se depara com nada menos que o próprio Sr. Black morto na cama. Antes mesmo que entenda o que está acontecendo, no entanto, seu comportamento incomum levanta suspeitas da polícia, e a camareira, acostumada a passar despercebida, logo se vê presa em uma teia de mentiras e mal-entendidos que não faz ideia de como desfazer. Felizmente para Molly, amigos que ela nunca soube que tinha se unem em busca de pistas sobre o que realmente aconteceu com o Sr. Black. Mas eles serão capazes de encontrar o assassino antes que seja tarde demais? Neste mistério que explora o que significa ser igual e ao mesmo tempo muito diferente de todos à sua volta, o leitor se vê em uma jornada emocionante, em que a verdade por trás de uma história nem sempre é absoluta. E quando as reviravoltas parecerem ter chegado ao fim, é melhor repensar: A camareira está pronta para surpreender.
Confiram a Resenha da Duda!!!!!!!
“A Camareira” é um livro que engana, mas não de uma forma positiva. Eu já estava incomodada com a construção da personagem, até que me deparei com o epílogo e fiquei completamente decepcionada.
Resumo:
Tudo começou e se desenvolveu em uma semana. O livro nos trás um prólogo, e depois um assassinato na segunda-feira, e logo em seguida, a linha temporal continua de terça-feira até sexta-feira. No fim, temos o desfecho vários meses depois e um epílogo.
Quem vai narrar essa história é Molly. Ela tem 25 anos e é camareira no Hotel Regency Grand. É interessante notar, que ela está se apresentando, contando um pouco sobre quem é, como ela é diferente, a importância de seu relacionamento com a avó, que faleceu nove meses atrás, e o que o trabalho representa para ela.
Isso tudo para declarar que encontrou um corpo na cobertura da suíte 401. Ela está na sala do senhor Snow enquanto ele lida com a polícia. Durante o tempo em que espera, ela resolve recapitular o seu dia até o acontecimento fatídico. E assim iremos conhecer os outros funcionários do hotel e a vítima.
Charles Black, empresário famoso, um magnata do ramo imobiliário. Ele e Giselle, sua segunda jovem esposa, estavam sempre nas páginas de notícias sobre a alta sociedade e eram hóspedes recorrentes do hotel. Até que ele é encontrado morto...
Quem teria interesse em sua morte? Para desvendar esse mistério, iremos descobrir que esse Hotel esconde alguns segredos.
Eu terminei esse livro sem saber quem é Molly, a camareira. A autora conseguiu me deixar confusa sobre ela. O que para mim foi um problema, pois essa falha na construção do personagem prejudica o julgamento de sua participação no desenvolvimento desse mistério.
Apesar disso, não há dúvida sobre o que é certo e o que é errado. E sobre a responsabilidade de cada um dos personagens. A questão seria se Molly, da forma como foi descrita, poderia ser responsabilizada ou não, pelo desenrolar de alguns eventos.
Isso se dá, pois a autora pontuou, de forma enfática, desde o início e até o final, que ela era diferente. Que ela tinha dificuldade de se relacionar com as pessoas e de compreender o mundo, que ela dependia da avó para conseguir interpretar corretamente as palavras, as reações e até os sentimentos dos outros. E o quanto ela estava sozinha desde que a avó faleceu.
Ela nos apresentou alguém vulnerável, facilmente manipulável. A presa perfeita.
Porém, em momentos cruciais do enredo, seus pensamentos e atitudes diziam o contrário. Parecia que ela estava agindo com discernimento, não era uma interpretação equivocada ou o resultado de alguma manipulação.
Além disso, existe o epílogo.
Eu fiquei muito decepcionada com a mensagem que foi passada. Com a tentativa de justificar as ações de todos os personagens, e concluir que no fim está tudo certo. Um assunto complexo e grave que não foi tratado, em minha opinião, como deveria ser.
O que me deixou muito frustrada, tendo em vista que esse final poderia ter representado um grande plot twist para a história.
Eu me senti enganada. A princípio eu pensei que esse livro estava fácil demais, que os vilões estavam bem delineados e que a disponibilidade e os sentimentos dos personagens do time dos bonzinhos, por vezes, até se apresentaram de forma exagerada. Mas no fim, resta uma mensagem muito negativa de que uma ação má justifica outra ação má. Contudo, não devemos esquecer que nada legitima uma ação má. E que não podemos nos transformar em monstros para nos defender de monstros.
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