[Furei a Fila] Resenha - O Segredo da Livraria de Paris- Lily Graham

Boa noite Leitores do Cantinho!!!

Furei a Fila é uma coluna fixa do Cantinho onde vocês podem encontrar a resenha dos lançamentos mais aguardados do ano, ou livros mais antigos, que eu (Cila), a Duda e a Bel estamos loucas para ler. E ao final iremos responder: valeu a pena?


Hoje temos um achado para indicar para vocês. O romance histórico: O Segredo da Livraria de Paris, da autora Lily Graham. A história se passa na Paris de 1940 e 1960. E teremos a Segunda Guerra Mundial como um dos cenários.

Apesar de seu recente lançamento, em março desse ano, já se tornou favorito dos leitores, blogueiros e  youtubers e está sendo muito recomendado. Por isso entrou também para nossa coluna: Os Mais Pedidos.



Estão preparados???



Esse mês a Duda furou a fila com o livro:




Livro: O Segredo da Livraria de Paris
Autor: Lily Graham
Editora: Gutenberg
O Cantinho Indica: 5/5 Favorito!!!!! 





O Segredo da Livraria de Paris!!!



Sinopse:


Valerie tinha três anos de idade quando foi levada de Paris para Londres, durante a Segunda Guerra Mundial. Agora, aos vinte anos e sozinha no mundo, ela se candidata, com nome falso, a uma vaga de emprego na livraria do avô, Vincent Dupont. Ele é seu único parente vivo e a única pessoa que sabe o que realmente aconteceu com seus pais biológicos. À medida que passa a conhecer melhor o ranzinza e reservado Dupont, Valerie vai puxando o fio da própria história. Mas essa história não se completa: qual seria o segredo devastador que Vincent estava disposto a tudo para esconder? Esta é uma comovente história de amor, medo e coragem em tempos de guerra. O segredo da livraria de Paris vai levar você para essa icônica cidade dos anos 1940 e 1960. Você vai chorar de emoção, vai rir, se admirar e perder o fôlego em diversos momentos dessa leitura impossível de ser interrompida.

Confiram a Resenha da Duda!!!!!!!

 RESENHA: O SEGREDO DA LIVRARIA DE PARIS


Furei a fila com “O Segredo da Livraria de Paris”. Valeu a pena?

Lily Graham estreou na Gutemberg com o romance de ficção histórica: “O Segredo da Livraria de Paris”. E eu não consegui ficar longe. Eu digo que esse livro me encontrou. Seu título, a paleta de cores e as imagens usadas na capa, e é claro esse enredo instigante. Foi todo o conjunto que me convenceu a largar tudo para passa-lo na frente de minhas leituras. Um segredo no cenário da Segunda Guerra Mundial? Eu tive medo de tentar imaginar as possibilidades. Mas precisava saber o que aconteceu com a família dela. Conhecer essa comovente história de amor, medo e coragem em tempos de guerra, como anuncia a sinopse.

Como foi que tudo aconteceu? Por que ela foi separada de sua família aos três anos de idade? Por que esconderam dela que seu avô ainda estava vivo? É o que nossa personagem irá descobrir!

Nos dias atuais, uma senhora chamada Valerie está viajando de trem para Paris. Sua jovem companheira de viagem, Annie, fica curiosa sobre as lembranças que ela carrega na mala. E quando Valerie percebe, estão tomando café juntas, enquanto ela relembra o ano de 1962. O ano em que sua vida mudou.

Em 1962, uma Valerie mais nova, com 20 anos de idade, desembarca em Paris. Apesar dos muitos protestos de sua tia Amélie, a prima distante de sua mãe que a criou na Inglaterra, e de seu amigo Freddy, por quem era secretamente apaixonada. Eles fizeram o seu melhor para desencorajá-la. Tentaram mostrar a ela que seria um grande erro, e que ela seria machucada. Por isso ela tinha um plano. Estava indo conhece-lo não como sua neta e sim como a nova atendente de sua livraria Gribouiller (Rabiscar). Ela respondeu a um anúncio que ele colocou no jornal. E para ele não desconfiar, não usou seu nome verdadeiro. Ela vai encontrar Vincent Dupont, um homem já velho, difícil de lidar. Mas aos poucos, vai entrar em sua vida solitária e construir um relacionamento muito especial. Enquanto isso, descobre que a dona da floricultura vizinha, amiga de seu avô, Madame Clotilde Joubert foi a melhor amiga de sua mãe. É nesse momento, que a história de Mireille, mãe de Valerie é contada. 

Em 1940, ainda estamos em Paris. O cenário é outro, entretanto. É uma Paris ocupada pelos nazistas. O povo foi abandonado pelo governo. Estão com medo. Estão com fome. O racionamento de comida é muito duro. Eles vão chegar ao ponto de só terem nabo para comer. O toque de recolher restringe a liberdade deles. A livraria foi invadida por soldados, que usam o espaço para imprimir panfletos da política nazista. Há uma lista com o nome de todos que são judeus, que são obrigados a usarem uma estrela em sua roupa para identifica-los. Há pessoas sendo fuziladas. Há pessoas sendo enviadas para campos de trabalhos forçados e campos de concentração. E há um movimento de resistência crescendo. E há Mireille. O que aconteceu a ela?

E agora é o momento esperado por vocês: Furei a fila com O Segredo da Livraria de Paris. Valeu a pena? Muito! Que enredo inesperadamente maravilhoso! 

Tudo o que a sinopse promete foi cumprido. Eu chorei de emoção quando eu descobri a verdade e com o encontro tão especial dessa neta com o seu avô; eu ri desse personagem carismático e inesquecível que foi Vincent Dupot; eu admirei a coragem, a força e todos os riscos e perdas dessas pessoas; e eu fiquei sem o fôlego nas cenas que contaram a história de Mireille, a mãe dela. Realmente é uma leitura impossível de ser interrompida, pois a narrativa é tão leve e envolvente, que você não sente o passar das páginas. Conclui em poucas horas. 

Preciso reconhecer que sem muito esforço, a autora conseguiu nos ambientar em uma Paris de 1962 e ao mesmo tempo nos transportar para uma Paris de 22 anos antes, ocupada pelos nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial. Eu tive a sensação de estar dentro daquela livraria. 

De forma singela e tocante, acompanhamos a jornada de Valerie em busca de sua família, da verdade sobre sua mãe e seu avô e do lugar a que pertence no mundo. Foi comovente o reencontro com a casa. Se redescobrir nas memórias que ela não sabia que existiam. Conhecer sua mãe em cada pedacinho que ela deixou para trás. E na conexão que devagar foi criando com aquele velho rabugento, ranzinza, mal humorado que vivia resmungando, risos. Ele era simplesmente adorável! Vivia afugentando os clientes. Discutia como ninguém sobre a opinião que tinha sobre os livros, sobre os autores. Implicava com a comida inglesa. Como não amá-lo? Outra personagem que me cativou foi a Madame Joubert. Não só por cuidar e ser a família de Vincent, mas também por seu passado, quando era a melhor amiga de Mireille.

Agora é inegável, que as cenas com Mireille foram as minhas preferidas. É aqui que se concentra todo o drama da vida deles. Eu me emocionei ao descobrir que foi real. Não essa personagem. Mas existiram muitas mulheres como ela. A autora se baseou em fatos verídicos para criar sua história. Ela explica tudo em uma nota no fim do livro. Confesso envergonhada que não sabia sobre esses fatos. 

Só posso elogiá-la por trazer ao nosso conhecimento uma questão tão delicada e difícil. Eu fiquei chocada. Embora não surpresa. Pois a guerra reflete a pior imagem do ser humano. Não posso deixar de comentar também a construção e o desenvolvimento dessa realidade que foi escondida de Valerie por vinte anos. O texto foi muito bem escrito. Sem precisar ser pesado e nem muito aprofundado. Acredito que o tom usado foi suficiente para nos conscientizar e nos emocionar. Ela conseguiu com muito pouco, trabalhar as cenas e as reações dos personagens, bem como seus sentimentos e suas aflições. Inclusive, já nas primeiras linhas, nos concede uma prova disso, quando apresenta a personagem de forma a provocar a reflexão no leitor, que ainda não sabe a verdade. A autora nos faz olhar para aquela senhora no trem e nos desafia. Afirma que ninguém perceberia que ela esconde um segredo. Mas que não é qualquer segredo. É um tipo de segredo que se for dito em voz alta, ainda no nosso tempo, nos faria perder o fôlego. No fim, depois que tudo é revelado, em mim, permanece a dúvida: hoje, quando escrevo essa resenha, no ano de 2020, se aquela senhora sentasse ao meu lado, e me contasse o seu segredo, o que eu iria sentir? Como eu olharia para ela?

Eu sei a minha resposta. O segredo dela não faz a mínima diferença para mim. Mas eu tenho medo de que faça para muita gente. Como fez naquela época. Eu acredito que essa é justamente a questão do livro. Não desvendar o segredo, e sim discutirmos enquanto civilização o motivo pelo qual ele precisa ser um segredo. Há muita dor envolvida e muitas vítimas.

Para concluir, amei o final que a autora escolheu. Tanto no ano de 1962 quanto nos dias atuais. Depois de tudo o que vimos e ouvimos, me deixou feliz. Foi perfeito! Esse é um daqueles livros inesperados, que de uma forma muito simples ganham espaço em nossos corações. 

Recomendo muito!


E vocês? Deixem nos comentários se alguma vez já furaram a fila também e nos conte com qual livro. E se vocês já se arrependeram.


(Resenha da Duda)





Troféu do Cantinho: Favorito do Ano







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5 comentários

  1. Oi Duda!!

    Eu gosto muito de livros que tem como cenário as guerras ou grandes tragédias do nosso mundo, eu sempre fico muito tocada por essas histórias! Esse livro tá na minha lista de desejados faz um tempo e depois dessa resenha tô com mais vontade ainda de ler! Adorei o post!

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  2. Oie, tudo bem? Assim como você achei essa edição simplesmente incrível. Também observo a paleta de cores, paisagem, e todos esses detalhes. Com relação ao enredo gosto muito dessa passagem de tempo, segredos do passado e laços familiares. Li recentemente A casa do lago e também é ambientado durante a guerra. Sentimos um pouco os efeitos sobre a vida dos personagens. Um abraço, Érika =^.^=

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  3. Oi, tudo bem?
    Estou com esse livro encostado na estante há algum tempo e sua resenha me deixou até arrependida de não ter lido ainda. Eu confesso que comprei mais atraída pela capa e título e não sabia muito sobre o enredo, mas pela sua resenha vi que é uma leitura intensa e tocante. Além disso, adorei saber que a autora se baseou em fatos reais, me deixou ainda mais curiosa.
    Amei a sua resenha e com certeza vou ler esse livro em breve.
    Beijos!

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  4. OI. :)
    Eu quando vejo "se passou na guerra" já é desestimulante para leitura pra mim.
    Tenho um problema sério com estórias que se passam ou que são relatados algo da guerra, simplesmente me brocha kkkkk.
    Achei interessante o enredo, a sua resenha e como o livro se desenrola, mas dessa vez eu passo a dica, quem sabe na próxima?

    Beijos.
    Manuscrito de Cabeceira

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  5. Eu li e gostei de O Segredo da Livraria de Paris. A história é envolvente a meu ver, mas acho que o modo como foi colocado o pai da protagonista, não fez jus ao que ele era. Durante toda a leitura a mãe da protagonista foi super valorizada, enquanto o pai ficava como um segundo plano, em momento nenhum a protagonista se dirigiu a sua pessoa como pai mesmo depois de saber se toda a história. Por favor, ele salvou vidas e ainda morreu tentando salvar os que amava, enquanto a mãe dela morreu por ter feito um ato estupido. Achei descaso, isso me decepcionou. Mas no resto o livro é bom e da pra prender a atenção e liberar alguns sentimentos durante a leitura.

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