Boa noite Leitores do Cantinho!!!!
Está na hora de romper o silêncio mais uma vez.
Hoje eu trago para vocês o terceiro livro do Projeto Fale.
O tema escolhido foi Violência Doméstica e a doença do Transtorno de Estresse Pós-traumático.
É com muita perplexidade, medo e com o sentimento de impotência que informo que milhares de mulheres no mundo inteiro viraram estatística. O número de relatos de vítimas de violência doméstica só cresce assustadoramente. O caminho que percorremos como sociedade foi e continua sendo tortuoso. Precisamos de uma mudança.
Vocês não podem perder essa leitura incrível!!!
Confiram a resenha da Duda!!!!
Avisos:
📌Ano passado o blog estava em pausa. Mas para poder divulgar a lista dos favoritos de 2019, excepcionalmente, as resenhas serão postadas agora. E para deixar tudo organizado, eu separei em dois arquivos direitinho. Vencedor do Goodreads - Edição 2019 e Vencedor do Goodreads - Edição 2020.
📌 Essa dica é de uma leitura concluída e resenhada em 2019, que está sendo publicada agora em 2020.
Sinopse:
Atormentado desde que voltou da Guerra do Vietnã, Ernt Allbright decide se mudar com a família para um local isolado no Alasca. Sua esposa, Cora, é capaz de fazer qualquer coisa pelo homem que ama, inclusive segui-lo até o desconhecido. A filha de 13 anos, Leni, também quer acreditar que a nova terra trará um futuro melhor. Num primeiro momento, o Alasca parece ser a resposta para tudo. Ali, os longos dias ensolarados e a generosidade dos habitantes locais compensam o despreparo dos Allbrights e os recursos cada vez mais escassos. Porém, o Alasca não transforma as pessoas, ele apenas revela sua essência. E Ernt precisa enfrentar a escuridão de sua alma, ainda mais sombria que o inverno rigoroso. Em sua pequena cabana coberta de neve, com noites que duram 18 horas, Leni e a mãe percebem a terrível verdade: as ameaças do lado de fora são muito menos assustadoras que o perigo dentro de casa. A grande solidão é um retrato da fragilidade e da resistência humana. Uma bela e tocante história sobre amor e perda, sobre o instinto de sobrevivência e o aspecto selvagem que habita tanto o homem quanto a natureza. "Um romance épico e envolvente que analisa a disposição humana para enfrentar o impensável." – Real Simple Magazine "Numa prosa arrebatadora, Kristin Hannah capta o sofrimento de seus personagens com extrema sensibilidade. De forma magistral, ela mostra como o amor, a morte e o nascimento formam o ciclo da vida." – RT Book Reviews "A grande solidão vai encantar os fãs com sua mistura de tragédia grega e romance shakespeariano." – Kirkus Reviews "A paisagem de A grande solidão é dura e gélida, mas nossa jovem heroína aprende a aceitá-la e descobre sua verdadeira identidade. Os fãs vão apreciar a trama bem elaborada e a indestrutível conexão entre mãe e filha" – Library Journal.
Ainda muito abalada, tento refletir sobre as emoções que experimentei com essa leitura. Em minha curta trajetória como resenhista, posso afirmar que esse foi um dos livros que mais me marcaram, até agora. E acredito que ninguém conseguiria dar vida a essa história com tanta sensibilidade como Kristin Hannah. Ela alcançou com seu texto a complexidade das relações humanas. De forma única, falou sobre a conexão do homem com a terra que chama de lar, falou sobre o que significa pertencer a uma comunidade, falou sobre a escuridão provocada por uma perda, e sobre como o poder de um amor foi capaz de curar e depois de salvar e em outro momento de guiar o caminho de volta para casa.
Mas também trabalhou outro tipo de escuridão, aquela causada por uma doença: o transtorno de estresse pós-traumático. E sobre como o amor de uma família não é suficiente para enfrentá-la. Falou sobre as dificuldades em um relacionamento entre pais e filhos e falou sobre a força do amor e da amizade entre mãe e filha.
O enredo é dividido em três partes. Tudo começou em 1974. Na primeira cena sabemos que há algo errado naquela casa. Leni está ouvindo os pais discutirem outra vez. Sinal de que seu pai Ernt não está bem. A escuridão está vencendo, tomando conta dele novamente. Ele é mais uma vítima da guerra. Quando foi para o Vietnã, ele foi ferido e capturado. E desde que voltou, não consegue dormir, não consegue manter um emprego, está sempre deprimido, e perdendo o controle. Nos últimos quatro anos, tudo o que os Allbrights fizeram foi se mudar. Mas nenhum lugar resolvia seu problema, ele precisava de ajuda profissional. Leni tem medo de ficar em casa e medo de sair e deixar sua mãe Cora sozinha com ele. Até que uma carta selou o destino deles. Eles descobrem que um amigo que serviu com Ernt na guerra, e que passou por todo o inferno junto com ele, antes de morrer, lhe deixou uma casa no Alasca. E mais uma vez, elas deixam tudo para trás para dar um recomeço a ele, com a esperança de que dessa vez dê certo, que agora ficará tudo bem.
Verdadeiramente empolgados, dispostos a começar uma nova vida, eles seguem viagem. Mas à medida que o clima muda, conforme se aproximam do Alasca, de forma muito inteligente, a autora muda também a atmosfera do texto. A promessa de um lar vira então um pesadelo. A pequena cidade de Kaneq, é isolada do resto do continente por geleiras e montanhas. Eles conhecem Marge Gorda, a proprietária do armazém. E o que ela falou me assustou. Em um minuto eu fiquei alerta e bem acordada. Eles estavam no meio do nada, desprovidos do básico como eletricidade, água encanada, telefone. O banheiro era uma vala do lado de fora, onde havia o risco de serem atacados por ursos, lobos e outros animais selvagens. Um modo de vida muito rústico e muito duro. O inverno era diferente de todos os outros lugares do mundo. Implacável. Eles teriam que aprender a sobreviver sozinhos. Não havia delegacia por perto, e ninguém que pudesse socorrê-los.
Marge olhou bem para eles, e percebeu como estavam despreparados. E viu algo em Ernt. Ela avisou Cora que ali não era um lugar para qualquer pessoa. E como que pressentindo o pior, se ofereceu para ajudá-la.
E a partir daqui, a construção desse enredo foi incrível. Vamos ter a adaptação deles naquela terra selvagem, e vamos ver como todos os eventos em um crescente culminaram para aquele dia, que será marcado por uma reviravolta, que abrirá a segunda parte dessa história em 1978. Época em que um novo conflito irá se formar dividindo os moradores e aumentando a tensão que nos levará para a tragédia anunciada desde o início. Em 1986, iremos acompanhar as consequências dessa tragédia para os personagens e o desfecho de cada um deles.
Nossa! Que livro. E que autora! É meu primeiro contato com ela, mas foi o suficiente para virar sua fã. Nada aqui nessas páginas foi fácil. Ela explorou o tema da violência doméstica, mas com perspectivas diferentes. Vamos sentir na pele o drama de Leni, o drama de Cora e sim, o drama de Ernt também. Ele foi o único que não teve voz, mesmo assim, eu fiquei muito triste de ver o que aconteceu com ele. Não há nenhuma dúvida de que ele é um agressor. Não há desculpas para o que ele fez. Mas dói, pois sabemos que ele era uma vítima da guerra, que o homem que um dia foi um pai e um marido amoroso, estava destruído e inalcançável em seus pesadelos. Ele passou por coisas inimagináveis e inomináveis. Eu fiquei com aquele sentimento de que poderia ter sido diferente se ele obtivesse ajuda.
A autora não mostra como ele era antes. Então é difícil olhar para como ele é agora, e acreditar que ele pode melhorar, ter esperanças de que ele vai se curar de seu trauma. Porque o que estamos vendo é um homem doente, potencialmente perigoso, que parece estar em um quadro de paranoia, por conta do estresse agudo. Não somente sua esposa e sua filha estão correndo perigo, mas todos os moradores também. Ele parecia uma bomba prestes a explodir. Aí entra a complexidade e o tamanho do amor de Cora. Ela se casou com o Ernt antes dele ir para guerra e o amava. Como continuar amando esse que voltou de lá, um estranho? Mas como desistir dele, agora que ele precisa de ajuda? Como abandoná-lo, se ele sempre se arrepende e pede perdão? Por outro lado, como ela pode permitir que ele a machuque assim? A violência está cada vez maior. Eu entendi que ela o queria de volta como ele era. Mas ela precisava aceitar que isso não iria acontecer. Ela não pode dar e não pode ser o que ele precisa nesse momento. Acho que esse foi o erro dela, acreditar que a vida em família, o recomeço em outro lugar, seria o remédio que ele estava precisando. Mas não foi.
Eu não concordei com as decisões que ela tomou. Principalmente em como elas afetaram Leni. A dinâmica do relacionamento deles era tóxica. Cora também deu sinais de precisar de ajuda. Ela não consegue e ao mesmo tempo não quer ir embora. O que ela jogou em cima da filha não foi certo. Ela estava presa a esse casamento e prendeu a filha também.
Para concluir, pois a resenha está ficando muito longa, gostaria de destacar como o Alasca e o próprio Inverno pareciam verdadeiros personagens. A autora os descreveu com muita intensidade, pareciam estar vivos. Falando em personagens, há pessoas que serão muito importantes para a trama, mas foram tantas coisas que aconteceram, que não dá para falar tudo. Mas o sentimento de comunidade foi muito bonito e me emocionou. Parece contraditório, mas a solidão, o isolamento do Alasca foi o que os uniu.
Melhor livro que eu li esse ano e um dos melhores da minha vida. Recomendo muito!
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Olá, Cila.
ResponderExcluirSaudades de vir aqui conferir suas resenhas. Meu primeiro contato com a autora foi Jardim de Inverno e amei. E recentemente eu li Amigas para sempre e fiquei até de ressaca literária. Por isso não vou ler outro dela tão já hehe. Eu tenho esse na estante e vou colocar na lista para o ano que vem. Parabéns a Duda pela resenha.
Prefácio
Cila, que bom te ver de volta mulher!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirEsse livro da Kristin está na lista a ser conferido em 2021. Parece ser uma história bem tocante e emocionante. E parece que ela abordou o lance da violência doméstica muito bem
Beijos
Balaio de Babados
Oi Cila! Tudo bem? Bom ter você de volta. Eu adoro os livros desta autora, mas ainda não conferi este. Tenho certeza que é mais uma história para quebrar o coração. Bjos!! Cida
ResponderExcluirMoonlight Books
Oii, não conhecia esse livro, parece um livro bem emocionante com certeza vou ler.
ResponderExcluirBeijos!
https://deliriosdeumaliteraria.blogspot.com/
Oi Cila, tudo bem?
ResponderExcluirQue surpresa boa ver seu comentário no blog! Bem-vinda de volta! ♥
Já ouvi falar que essa autora é impecável em narrar dramas familiares. E apesar de eu não ser a maior leitora desse gênero, amei sua resenha. Eu acho que o conflito interno dos personagens deve ser horrível, você amar alguém que ficou doente mas que agora representa um risco pra você. É tão injusto, né? A guerra é tão injusta. Enfim, você conseguiu me deixar mega curiosa!
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
Oi, Cila
ResponderExcluirQue bom que você retornou ao blog, seja bem vinda! Eu já ouvi falar muito das obras da autora, mas nunca li nada. Acho muito legal como a autora abordou a violência doméstica e mostrou o contraponto de uma mulher que se sente na obrigação de ajudar o homem que ama nesse momento difícil para a família, mas mesmo assim sofrer com o que ele lhe revela.
Talvez seja aquele tipo de livro para uma reflexão mais profunda, então deixarei na minha lista.
Beijo
http://www.capitulotreze.com.br/?m=1