EDIÇÃO
ESPECIAL DO CANTINHO:
CONVERSANDO
COM O ESCRITOR LEONARDO OTACIANO
Aquariano, Carioca e Poeta,
assim é Léo:
“Sou um eterno menino de ideias malucas
(em boa parte do tempo) e enquanto houver sol ou chuva eu estarei lá, correndo
e pulando com certeza. Às vezes conto com a companhia do meu filho ou do meu
sobrinho, eles nunca deixam que eu pare (...)”.(http://leootaciano.blogspot.com.br/2013/09/novo-template-no-blog.html)
Não
resisti!!!!
Fiquei encantada com a
crônica que ele fez para o seu filho Matheuz, por isso trago um trecho para
vocês:
“Criei este texto em homenagem ao grande
menino que é o combustível da minha humilde vida:
Não sei como mas cheguei. Aperte o play.
Visualize os treze. Gosto do que me faz feliz. Eu crio, duvido, aprendo e
bagunço. Mato a charada! Um aprendiz de etapas. Perco o filme mas ganho o
mundo. Jogo damas, canto, beijo, ''– Ganhei!'' Tenho raiva. Grito, brigo,
expludo, ''– Voltei!'' Se aqui tudo acaba em samba eu quero um sorvete pra
começar. Sou palhaço, sou o público. Lápis, borrachas e um amontoado de
poeiras. Arrisco-me, eu tento, tenho coragem (...) (http://leootaciano.blogspot.com.br/2013/09/a-cronica-do-matheuz.tml
)
O Cantinho traz hoje, com
muita emoção, um pouquinho mais da vida do querido escritor Leonardo Otaciano:
Leonardo
Otaciano nasceu no Rio de Janeiro, cidade onde viveu seus 26 anos. É Técnico em
Administração e Informática, atuando também com Publicidade, Marketing e
Design. Desde muito cedo já tinha o gosto por livros e a vontade de publicar
suas ideias, desejo que anos depois tornou-se possível. Sua preferência pela
literatura infanto-juvenil o conduziu para a grande experiência de escrever
sobre ''O Eterno Menino'', obra que em Agosto de 2013 - apenas quatro meses
após a sua publicação - concorreu
ao IV Prêmio de Literatura Contemporânea estando na disputa até a fase
classificatória. Entre as obras já lidas dos grandes escritores da nossa
literatura, cita-se ''Meu Pé de Laranja Lima'' - Jose Mauro de Vasconcelos,
''Dom Casmurro'' - Machado de Assis, ''O Cortiço'' - Aluísio Azevedo e ''Açúcar
Amargo'' - Luiz Puntel. Atualmente Léo Otaciano - como prefere ser chamado -
trabalha em duas obras de temas distintos, propiciando a si este novo desafio.
''Mistério na Casa da Rua Severin'', conto nacional com data de publicação
prevista para o último trimestre de 2013 e ''Alon - Benjamin Litter'',
literatura nacional ainda sem data predefinida para lançamento.
Seu
Livro: O Eterno Menino
Carinhosamente, Léo cedeu um
livro para sorteio aqui no Cantinho. E a vencedora, Ana Carolina, enviou uma
foto assim que recebeu seu prêmio. Parabéns Ana!!!!!!
''O Eterno Menino''
é uma obra literária baseada em fatos reais. Conta as aventuras da vida de um
menino que sempre guardou o espírito infantil dentro de si. Ainda na infância
sentiu a dor de uma grande perda e com o passar dos anos foi descobrindo a beleza
do amor. O menino expõe suas memórias do tempo de escola, sua fase de rebeldia
e suas experiências e frustrações da juventude. Um misto de ficção, aventura e
drama lhe espera nessa primeira obra do autor.
''Eu queria ser
forte, mais forte do que eu penso que sou. Às vezes eu queria ter algum pingo
de ruindade no coração e fazer vingança, queria ser um garoto terrível e poder
passar o medo para quem me olhasse...'' (Prazer, o eterno menino).
Trailer:
Lançamento:
Para os fãs do Léo, em breve
teremos o lançamento da sua nova obra: “Mistério na Casa da Rua Severin - A História dos
Desconhecidos''.
Sinopse Oficial:
Uma
família, um grande segredo, assassinatos em série, espíritos do mal e cinco
jovens destemidos...
Acompanhe
a tragetória dos irmãos Kethelyn e Érico Hurz, seus primos Brendon e Michael
Retten e a amiga Abigail Bardini. Na tentativa de descobrirem sete anos depois
o suposto assassino de uma família nobre e perversa de origem polonesa que
morav na cidade de Caçador, estado de Santa Catarina, região Sul do Brasil.
Sem
pensarem no que poderia posteriormente acontecer, Érico e os outros invadem a
casa da Rua Severin e lá vivem a aventura mais apavorante de suas vidas, onde o
sobrenatural os envolvem numa enigmática noite cheia de espanto.
Novidade!!!!
Em seu blog, Léo divulgou a
noticia de que está escrevendo um livro infantil em parceria com Natália Barbosa,
uma grande amiga das horas boas e ruins. A princípio, com o título ''Catdog'',
em formato pocket. Pra quem não sabe, Catdog se chama Nala, é uma linda gata,
amiga inseparável da Natty.
Onde
Comprar:
Ou
Pedidos:
Você
também pode solicitar o seu exemplar por email ou pelo facebook:
Contato:
Confiram a Entrevista que ele respondeu com tanto carinho!!!!
ENTREVISTA
COM LEONARDO OTACIANO:
1) Léo, lendo seu livro e visitando
seu blog, podemos perceber que você é um poeta. Em que momento a poesia surgiu
em sua vida? O que lhe inspira?
Léo: Olá a todos! Quando eu tinha dez anos,
ainda na minha quarta série, lembro-me que Solange, a minha professora de
Português, leu para a classe, uma pequena poesia sobre o dia das mães. Até
então eu nunca tinha realmente prestado atenção nas palavras, nas rimas e em
tudo o que aquele ajuntamento de pequenos versos significava. Encantei-me!
Cheguei em casa todo abobalhado lendo a mesma poesia para a minha mãe, que se
espantou até pelo jeito que eu a recitava. Dali em diante, aconteceram
mudanças; apaixonei-me pela Língua Portuguesa e por esta coisa tão bela chamada
poesia. Com o passar do tempo a prática foi surgindo e já era possível criar
curtos poemas enquanto eu, sentado à sombra de uma amendoeira, observava o dia
passar. A inspiração vem de repente; se estou triste ou alegre, se briguei com
alguém ou ganhei um beijo do filho - daqueles que te faz parar e admirar o
gesto espontâneo - ou até mesmo se o dia está chuvoso, pois apesar de ser
carioca, adoro chuva e tempo frio. "Na verdade, não faço poesia, esta tão
bela manifestação das palavras é que me faz. Faz-me sorrir, viver, cantar e até
mesmo voar. Faz-me olhar e admirar o sentido da vida. Faz-me melhor
a cada nascer do Sol ou luar''.
2) No livro, você diz que gosta muito
de jogar bola e de assistir a filmes. Mas como nem tudo no livro é realidade,
você diz que alguns trechos são fictícios, nos apresente, então, o “Eterno
Menino”.
Léo: "Menino que anda
descalço, joga bola e roda peão; acerta com firmeza a bola no travessão e no
rebote faz um golaço e sai pro abraço com o irmão..." Certamente haveriam
vários jeitos diferentes de escrever sobre ''O Eterno Menino'' mas a
''brasileiridade'' dentro de mim é gritante. O eterno menino é daqueles,
apaixonado por futebol desde moleque e com o grito de ''Gooool'' preso na
garganta. Teve infância humilde, perdas muito dolorosas mas nem por isso
desistiu de todos os seus sonhos, um deles exatamente este, traçar histórias.
Tornou-se apaixonado e admirador de um amontoado de coisas; o clube de coração
- Flamengo, fotografias, cinema, música e o filho. O eterno menino é tão comum
quanto a qualquer outra criança e tem também histórias tão semelhantes às
demais; sempre foi cheio de ideias, curiosidades e sapequices. Talvez muitos se
perguntem: ''mas então por que transmitir uma história tão comum e fazer dela
um livro?'' Digo que é exatamente por isso, pela simplicidade, pela ternura e
pela paixão que este menino tem pela vida e pelas coisas que nesta vida estão,
cita-se aqui os amigos. Resumindo, então, este é o eterno menino, um brasileiro
apaixonado pela vida que guardou tudo de bom e ruim que nela viveu e que
aprende a cada dia a superar todas as dificuldades que nela existe.
3) No seu site, descobri que desde
pequeno você lia muito e que também tinha facilidade para contar histórias. Você
lembra o nome do primeiro livro que leu? Qual seu livro preferido? Que gênero
você gosta de ler?
Léo: Desde pequeno eu era um contador de
histórias e quando alguém me dava algum livro, daqueles infantis, com muitas
figuras e histórias curtas com letras gigantes, eu, muito animado, fazia
questão de continuar contando da minha forma, então eu ia inventando o restante
de tudo que acabava de ler e ver. Pois bem, não me recordo exatamente o
primeiro daqueles livros que eu tenha lido, mas o primeiro marcante foi ''Meu
Pé de Laranja Lima'', romance juvenil do inconfundível José Mauro de
Vasconcelos. Eu já tinha onze anos e iniciava a minha quinta série e nessa
época a vontade de "devorar" livros começou a me inquietar. Quando
debutei a ler a história de Zezé, ia pra varanda de casa e ficava a tarde toda
imaginando os acontecimentos narrados. Apeguei-me ao menino com ideias
parecidas às minhas e não sosseguei enquanto não li a última palavra da obra,
foi um marco na minha vida. Entretanto, aos quatorze, conheci o romance de
Bentinho e Capitu, apaixonei-me fielmente pelos personagens e eis o meu livro
preferido, ''Dom Casmurro'', do grande Machado de Assis. A cada leitura uma
nova suspeita, é simplesmente incrível. Gosto de ler todos os gêneros, se a
história transmitir verdade mesmo que sejam meras fantasias, tenho certeza que
me agradará, mas adoro a literatura infantojuvenil e este gênero desperta o meu
entusiasmo.
4) “Anotações antigas guardadas na
gaveta”, esse foi o ponto de partida para o seu primeiro livro: “O Eterno Menino”. Como um técnico de
administração e informática, que atua com Publicidade, Marketing e
Design (ufa!!!), virou escritor? O que o motivou a escrever? Acredita que a
criatividade e imaginação do “menino” contribuíram?
Léo: Em
um trecho de ''O Eterno Menino'', exatamente terminando o primeiro parágrafo do
capítulo 16, escrevi: ''Aquele tempo era bom, eu absorvia todas aquelas
histórias e ficava imaginando as minhas. Preferia as aventuras infantis, elas
me inspiravam.'' referindo-me aos filmes que eu via nas tardes daqueles afáveis
anos. Pois bem, o tempo passou, e em uma das minhas tardes atuais, trocando os
canais da televisão, algo me chamou a atenção e me fez parar de pressionar o
botão do controle remoto. O filme ''Conta Comigo'' estava sendo exibido e me
fez recordar o trecho citado. A história dos quatro amigos pré-adolescentes que
saíram em busca de aventura fez-me correr até a gaveta e pegar as anotações do
tempo de escola que ainda estavam guardadas cuidadosamente, foi ali que o
desejo antigo de escrever um livro acordou. Adoro minha profissão, gosto do que
faço mas sempre namorei a literatura. Fiquei imaginando como apenas algumas
palavras em quatro folhas de caderno iriam se tornar um livro. Muitas vezes
pensei em não dar continuidade na obra, foi cansativo, admito, mas a vontade
gritou mais alto e com muita alegria continuei escrevendo nos tempos livres. A
ajuda do meu filho e de outros amigos que estavam ansiosos para verem o livro
pronto foi determinante para a conclusão. Sim, dei asas a criatividade e a
imaginação do "menino" contribuiu para que hoje eu estivesse aqui,
falando tudo isso sobre ''O Eterno Menino''.
5) Falando, então, sobre o seu primeiro
livro, adorei a capa!!! Conte um pouco sobre o processo de criação da mesma. Quem
é esse menino na capa?
Léo: Realmente, muitas pessoas me
disseram isso: ''Nossa! A capa do seu livro é linda. Quem é o menino?'' Até
hoje eu não havia explicado esse processo a ninguém, mas vamos lá! Assim que eu
concluí a história, fui buscar algo que combinasse e agradasse para preencher o
espaço vazio da capa. Pensei em algo artístico, talvez uma criança desenhada
com tons de cores primárias fosse legal mas observando agora a capa vejo que a
ideia não era muito boa. Dias depois mudei o conceito e matutei que a capa
deveria ser uma imagem que traduzisse tudo aquilo que eu havia escrito,
confesso que até cheguei a pensar: ''Nossa, uma única imagem que traduza tantas
palavras?'' mas enfim, eu consegui. Alexey Dem, fotógrafo dinamarquês e amigo,
permitiu com muito contentamento que uma de suas obras fotográficas fosse
utilizada na capa do livro. A figura que traz o seu filho se cobrindo com panos
em trapos causou-me euforia, aquela criança fez-me lembrar da infância. O rosto
e olhos expressivos, daqueles que transmitem a ideia de humildade e
perseverança, tocaram o meu coração e finalmente eu tinha a imagem que era
capaz de traduzir tudo em apenas duas palavras: ETERNO MENINO.
6) O seu livro apresenta algumas
poesias iniciando alguns capítulos e algumas citações. Primeiro, as poesias:
foram feitas especialmente para o livro? Pois, com a leitura percebemos que se
encaixam perfeitamente ao momento narrado. Depois, as citações: Pierre Mathias, Natália Barbosa, e seu filho. Quem
são os dois primeiros? Eu gostei muito, do pequeno trecho da Natália e achei a
ideia muito criativa. Qual foi seu objetivo?
Léo: As poesias já existiam, exceto ''O
Interlúdio'' que compõe o miolo do capítulo 33. Percebendo que elas
representavam tão bem alguns momentos narrados, optei em colocá-las exatamente
como ponto inicial dos capítulos escolhidos. Quanto às citações, a ideia foi
transmitir um pouquinho da realidade do personagem e deixar em pauta os medos,
dúvidas ou certezas de cada pessoa. Pierre Mathias, por exemplo, menino bonito,
de bom coração, porém de feição deprimente por razão das várias violências
psicológicas que sofria; era um amigo de poucos amigos, taxado de
''esquisito'', ''diferente'' e outros rótulos idiotas dados por garotos que se
achavam ''mais normais'' do que ele, porém, pergunto aqui, qual a normalidade
de uma pessoa? Ao dizer: ''Há muitas coisas esquisitas nesse mundo, sei que sou
uma delas, mas isso não me torna pior do que os outros. Sou tão diferente
quanto o modo de olhar de cada um de vocês.'', Pierre nos ensina novamente que
preconceito é uma atitude de pessoas caturras. Ele foi um grande amigo, tão
esquisito e diferente quanto eu e todas as outras pessoas são. A respeito de
Natália, esta é também uma grande amiga que conheci através da sua irmã Daiane,
outra antiga amiga de classe. Nos apegamos, nos encontramos e desencontramos
nessa vida tão bela. Hoje agradeço muito pela sua fiel amizade e pelo carinho
especial que esta ''menina mulher'' tem comigo e meu filho.
7) Para quem ainda não leu, conte um
pouco sobre a história do seu livro e a mensagem que quis transmitir.
Léo: 'O Eterno Menino'' contou verdades. Eu
quis transmitir a ideia de que é preciso viver a vida e não apenas participar
dela. O objetivo foi levar os leitores ao passado para resgatar a criança que
ainda vive em cada um e de tal forma fazer com que nos dias de hoje esta
criança continue viva, porque criança não tem medo de se arriscar, ela é persistente,
teimosa e se ela cai, logo se levanta e continua a ação, mesmo que doa, mesmo
que chore. Há a fase do descobrimento do mundo que o rodeia, a conquista de
amigos, a perda de pessoas importantes, os bullyings e as drogas, os vícios, as
paixões, os desencontros, decepções e superações. Por fim, ''O Eterno Menino''
te convida de forma bem simples e real a reaprender a viver e seguir em frente
buscando sempre os objetivos com a certeza de que nada é em vão. ''Viver a vida
era o tema, foi justamente isso que ele fez (...)''.
8) Ainda mantém contato com algum
amigo de sua infância? Se pudesse rever alguém, quem escolheria?
Léo: Muitos dos nossos amigos de
infância trilham caminhos diferentes dos nossos e isso é normal. Não que a
palavra diferente refira-se a ruim, porém, cada um faz as suas escolhas. Alguns
dos amigos citados na obra continuaram por perto e eu fico muito feliz por
isso, como é o caso do João Ribeiro, porém os que não tive mais notícias, em
nenhum momento deixaram de ser lembrados por mim. Sinceramente, se fosse
possível, gostaria de rever todos eles.
9) Léo, no livro, você fala
rapidamente, sobre um amigo que perdeu para as drogas. Infelizmente, a maioria
dos jovens, e, hoje, até crianças, como foi o caso do seu amigo, são pressionados
a experimentar. Você bravamente se recusou e com isso, garantiu sua vida.
Acredita que a criação dada por seus pais contribui para sua postura? Em sua
opinião, o que os pais devem fazer para proteger seus filhos dessa ameaça?
Léo: A droga é uma realidade no
mundo e hoje em dia tornou-se tão banal as notícias de jovens e crianças que
perdem suas vidas em razão disto que muitas vezes a sociedade não se dá conta
desse grande buraco negro. Uns dizem: ''Eu vi isso semana passada'', outros
falam: ''Ah, entrou porque quis!'', mas nem sempre estas pessoas param para
analisar melhor a situação, que muitas vezes não está ligada somente com a
educação dada pelos pais, mas sim pela disciplina e modo com que a sociedade
trata isso. Não tem a ver com classe social, credo ou cor. No meu caso, a
educação que meus pais me deram desde aquele tempo, contribuíram sim para que
naquele momento e em outros eu não sentisse vontade alguma em fazer aquilo.
Acho que os pais sempre devem tomar a iniciativa e dialogar com os seus filhos
a respeito desse e de outros males que estão em nossa volta. O dialogo é muito
importante. Expor os fatos e todas as consequências que as drogas sempre trazem
não só para quem experimenta mas também para a família é indiscutível. Além
disso é importante frisar que, nós, pais, somos os melhores amigos de nossos
filhos e estamos sempre abertos para conversar sobre quaisquer eventuais
situações, deixando claro que o companheirismo existe e que a relação ''pais e
filhos'' é firme.
10) Pela leitura do livro, percebi o
sentimento de viver intensamente cada segundo que a vida lhe proporcionou. Ao
olhar para trás, guarda algum arrependimento? Mudaria alguma coisa? Repetiria
algum momento?
Léo: ''Se arrependimento matasse
eu estaria morto'', não costumo usar muito este ditado, mas hoje tenho que
mencioná-lo. Não diria que é arrependimento ao pé da letra, até porque tudo o
que fizemos antes contribuiu para o que somos hoje e dessa forma estamos aqui,
mas com certeza eu mudaria muitas coisas sim, a começar pelo meu pai, se eu
pudesse, teria aproveitado exageradamente outros momentos junto a ele e o diria
muito mais vezes ''eu te amo''. Certamente se os momentos tivessem a tecla
''replay'' eu os viveria com muito aprazimento, principalmente os domingos nos
quais meu pai fazia o bolo para a família lanchar, eram magníficos aqueles
instantes. "A bacia com a massa do bolo era minha, a caneca com suco de
groselha também (...)".
11) Você foi indicado, por esse
livro, ao prêmio de Literatura Contemporânea. Fale um pouco sobre a história
desse prêmio e a experiência de ter seu trabalho reconhecido, ainda mais no
primeiro livro.
Léo: Quando eu recebi a indicação por email
surpreendi-me. Este é um prêmio que existe há quatro anos e é dado anualmente
as obras indicadas seguindo alguns critérios dos jurados especializados. Foi
levado em conta vários aspectos para as votações, como a geração pelo desejo da
leitura e o conteúdo. ''O Eterno Menino'' esteve presente até a última fase,
obtendo boa pontuação segundo os critérios do concurso. A felicidade em ver o
trabalho reconhecido já em minha primeira obra foi imensa e se eu já pretendia
continuar escrevendo, independente da indicação, depois de saber que eu consegui
transmitir tão fortemente a mensagem do eterno menino, o zelo pela literatura
flui ainda mais intensamente.
12) Você fala com muito orgulho sobre
seu filho. Escreveu uma crônica sobre ele e colocou no livro e em seu blog.
Fale um pouco sobre a experiência de ser pai. Tem alguma história engraçada
para nos contar?
Léo: ''Matheuz, um grande garoto dono de um
pequeno universo que foi capaz de capturar-me drasticamente. O escolhido sem
escolhas dentre tantos outros que não seriam capazes de evoluírem tão
rapidamente suas habilidades notórias''. Este menino é um grande orgulho na
minha vida mesmo. Eu acho que aquela frase que diz que ser mãe não é uma
escolha destinada a todas as mulheres funciona para os pais também. Nós,
homens, também somos capazes de amar incondicionalmente, somos capazes de
cuidar e zelar com atenção; claro, nunca seremos como as mães, talvez nem
teremos um sexto e sétimo sentido, mas ser pai também é uma dádiva divina,
adoro! É necessário muito empenho, paciência, dedicação e prudência. Meu filho
é parte de mim e nada jamais mudará isso. Em certa ocasião, enquanto eu o
passava um sermão básico sobre as coisas erradas que ele vinha fazendo durante
a semana, no momento exato em que eu o coloquei frente a frente comigo, eis um
imprevisto; no instante de maior estresse, quando o disse: ''Você entendeu? Eu
não estou brincando filho, isto é sério'', uma pequena mosca que passava pelo
local resolveu pousar bem na ponta do meu nariz. O menino, que tão atento ouvia
minhas palavras, pôs-se a rir levemente enquanto meus olhos assistiam o inseto
parado no meu nariz. Os risos se tornaram gargalhadas de ambos e os bons
argumentos usados no sermão não foram melhores do que aquela situação única e
hilária. Eu, como eterno menino, deixei que a situação virasse uma grande
diversão.
13) Ainda esse ano, você deve lançar
seu segundo livro: “Mistério na Casa da Rua Severin - A História dos
Desconhecidos''. Pela sinopse, é uma história totalmente diferente,
cheia de mistérios e aventuras. Li em seu blog que a ideia surgiu a partir de
um trabalho de escola do seu filho e que, mais tarde, você se inspirou na
música “Kings And Queens” do Aerosmith. Eu estou muito ansiosa para conferir.
Então, nos diga: o que devemos esperar desse novo livro? Qual a mensagem que
quis transmitir? Fale um pouco sobre ele.
Léo: ''Mistério
na Casa da Rua Severin'' foi um desafio feito do ''eu leitor'' para o ''eu
escritor''. Logo após perceber que na pequenina redação do meu filho ainda
faltava algo, pensei: ''Sou capaz de continuar este mistério?'' Dar
continuidade não seria fácil, mas confesso que me encorajei. As ideias foram
surgindo e quando me dei conta o esqueleto da obra já estava feito. Certamente
a aventura, o mistério, o medo e o sobrenatural vão falar mais alto. No miolo da obra, todos os segredos sórdidos
começam a ser desvendados pouco a pouco mesmo que não tão claramente. A
desigualdade social, o trabalho escravo e a exploração talvez tenham sido os
motivos que levaram alguns personagens a articularem atos repulsivos uns com os
outros. Nenhuma riqueza ou poder na sociedade é capaz de esconder os piores
segredos, que mesmo depois de anos podem ser revelados da pior forma possível.
Então, se você não se contenta só com suas ideias malvadas e quer evoluí-las a
atos repugnantes, arque com as consequências; o sobrenatural pode não ser
quimeras, ele pode ser o reflexo de suas ações.
14) A capa dele também é linda. Não consigo dizer
de qual gosto mais. Fale um pouco sobre a criação dessa capa. E conte também,
sobre a escolha do título do livro.
Léo: A
capa é um projeto meu. Ao criar o personagem ruivo com sardas - Michael Retten
- e focá-lo como o verdadeiro ''contador da história'', fui em busca da
fotografia ideal, e como vocês perceberam, consegui achar. Kai Koslowski,
fotógrafo alemão, permitiu que eu usasse na capa do livro a imagem do garoto
com ''olhos azuis de gato''. Para os mais observadores, a figura da casa ao
fundo traz um pequeno detalhe que talvez possa ser fundamental no desfecho do
mistério, será que alguém saberá o que é? De início o livro seria chamado de
''O Mistério na Casa Mal-assombrada'' mas me parecia comum de mais. Depois, ao
ver que os homicídios ocorreram dentro da casa da família Severin - nome
escolhido por ser o primeiro a vir a mente e que após pesquisas constatou ser
um tanto comum na Europa, estando presente em sobrenomes ingleses e escoceses,
nomes de websites, hotéis e até mesmo em uma produtora de filmes - decidi que o
termo SEVERIN deveria fazer parte do título, assim, mudei definitivamente para
o atual. O subtítulo ''A História dos Desconhecidos'' foi usado para destacar
as grandes incógnitas da narrativa.
15) Também descobri no seu blog que em breve
lançará um livro infantil, escrito
em parceria com Natália Barbosa, a princípio intitulada por “Catadog”, inspirado na gata Nala da
Natália. Fale um pouco sobre a experiência de escrever um livro infantil, já
que a linguagem é totalmente diferente. E como vocês fizeram? Cada um escreveu
uma parte?
Léo: Natália
é mãe de uma linda menina de cinco anos, isto também a influencia em ser uma
pessoa com uma grande alma infantil. A ideia do livro foi dela. Nala é uma gata
que está presente em sua vida há muitos anos e nesse decorrer de tempo muitas
aventuras foram vividas por ela. Em certo dia, através do famoso WhatsApp
recebi um convite: ajudá-la no desenvolvimento do livro. A experiência é ótima,
escrever um livro infantil é muito bom, você se sente leve. A linguagem é fácil
e o tempo que lhe cerca traz tranquilidade, confesso que adorei, aliás, estou
adorando, pois ainda estamos trabalhando nisso. Sobre a história, Natália quem
escreveu, porém, há algumas partes que foram desenvolvidas por mim, na verdade
é uma participação mais do que especial em seu livro.
16) Aproveite para falar um pouco sobre a mensagem
desse livro e sobre a faixa etária que o mesmo quer atingir.
Léo: A
ideia central do livro é retratar a importância de um simples bichano em nossas
vidas desde a fase de infância; o companheirismo, a fidelidade e o carinho
mútuo são apenas algumas formas que os animais domésticos encontram para
demonstrarem o seu amor. Todos falam na grande amizade que o cão tem com o
homem, o que sem sombra de dúvida é verdade, mas Natália quis evidenciar que
gatos também podem ser fiéis e únicos , assim como os cães ou quaisquer outros
animais. A faixa etária engloba crianças entre sete e dez anos ou até mesmo adultos
apaixonados por esses bichinhos encantadores.
17) Sobre seus planos para o futuro:
você está escrevendo: ''Alon - Benjamin Litter'', ou ainda é só um
projeto? Pode adiantar alguma coisa sobre esse livro?
Léo: Para
nós escritores, é um pouco incomum nunca estar escrevendo nada. Ideias sempre
surgem e o amor pela escrita constantemente nos faz iniciar algo. Já estou
trabalhando em ''Alon - Benjamin Litter'' que promete trazer lindas poéticas da
história de um rapaz que deixa tudo pra trás e percorre o mundo em busca da
''tal'' felicidade verdadeira ao achar no banco de uma praça um cheque
milionário. No momento é tudo o que posso dizer sobre este novo livro. Em breve
já será possível deixar a sinopse completa da obra e outras informações
adicionais.
18) Do que você viu da vida, de todos
os lugares que conheceu, das pessoas que compartilharam momentos com você, qual
a mensagem que gostaria de deixar aqui, no blog do “Cantinho para Leitura”?
Léo: ''Coisas e pessoas boas e
ruins nos cercam a todo tempo. Aprenda, esteja aberto a novas lições. É
necessário calar às vezes, ouvir o canto dos pássaros, analisar a situação e
continuar seguindo. É preciso contestar quando há dúvida, falar mesmo sem ser
solicitado, beijar quando quiser que o tempo pare e amar mais do que odiar. É
preciso fazer escolhas, certas ou erradas, enfrentar as consequências que estas
escolhas lhe trazem e continuar seguindo. É preciso ser como criança; sorrir,
cantar e com o brilho no olhar saber se expressar sem medo de tentar ou cair, e
saber que não há o diferente no mundo se todos nós somos tão iguais e
desiguais. Nenhuma desigualdade é maior do que o amor. Viva e ame o que está
vivendo. Ame e sinta o que esta amando. Seja intenso sem medo de errar pois
errando aprendemos a viver.'' Gostaria muito de agradecer a você Cila, pelo
carinho, atenção e oportunidade que nos dá para poder vir aqui falar
humildemente sobre o nosso trabalho na literatura e poder mostrar a todos um
pouquinho de como a gente é. À vocês, leitores e amigos aqui do blog, que
tiveram a paciência e interesse em ler esta entrevista, que sejam abençoados
por Deus e tenham sempre essa vontade pela leitura, algo tão bom que nos
preenche e traz conhecimento. Lembrem-se sempre, viver é o tema da vida, não
sejam apenas meros participantes. ''Com onze anos podíamos ser tudo e eu
escolhi ser discípulo da vida.'' Obrigado a todos.
Léo, eu gostaria de agradecer muito o carinho
que tem tido comigo e com o meu “Cantinho”. Suas palavras me encantaram tanto
quanto o seu livro. Espero de coração que sua estrela brilhe sempre e que
consiga despertar cada vez mais os “eternos meninos” por aí a fora.
Adorei a entrevista, mas um trecho, em
específico, me fez refletir, por isso reproduzo aqui:
“(...) resgatar a criança que ainda vive em
cada um e de tal forma fazer com que nos dias de hoje esta criança continue
viva, porque criança não tem medo de se arriscar, ela é persistente, teimosa e
se ela cai, logo se levanta e continua a ação, mesmo que doa, mesmo que chore.”
Adorei a entrevista,
ResponderExcluirLeo sempre mto.simpatico e inteligente, mto boa entrevista paranens ao blog
Adorei a entrevista,
ResponderExcluirParabens ao blog, Leo sempre mto simpatico, amei \0/
Parabéns Léo, que entrevista show de bola!
ResponderExcluirVocê é demais, sou teu fã *--*
Admiração demais por vc
Sucesso!!!
Que Legal Léo, Belas Palavras, Belas Respostas *-*
ResponderExcluirPoeta, Carioca, Frio e Molecagem, Que Combinação! Haha
Abração E Parabéns Ao Site Pelas Perguntas, Muito Bem Feitas.
Não conhecia os livros e nem o autor. Adorei as capas deles. *O*
ResponderExcluirbeijos
apenas-um-vicio.blogspot.com.br
Oie linda, tudo bem?
ResponderExcluirQueria dizer que adorei sua postagem, ate porque entrevista é muito bom para que possamos conhecer o autor de uma maneira que a gente não vê e também achei sua postagem falando de suas obras muito bom. Fiquei até interessada, mas estou com uma fileira imensa de nacionais para ler agora (risos)
Enfim...Adorei linda, se cuida e fica com Deus
lovereadmybooks.blogspot.com.br
Adorei a entrevista, o livro parece ser muito bom!
ResponderExcluirBeijos.
http://www.garotadolivro.com/
Oi Cila!
ResponderExcluirAdoro entrevistas, o Leo esbanja talento! Queria muito ler o livro dele, quem sabe né? rsrsrs
Beijos
http://www.estantedasfadas.com.br/
Super legal a entrevista!
ResponderExcluirLeo recebe muitos elogios dos meus parceiros.
Estou curiosa com o livro dele.
Beijos!
http://btocadoslivrom.blogspot.com.br/
Que entrevista fantástica!
ResponderExcluirBem simpático o autor. E adorei o livro dele, fiquei curiosa. :)
Um beijo,
Luara - Estante Vertical
Uma ótima entrevista, e gostei muito de conhecer o Léo, um autor com o qual ainda não tive nenhum contato. Achei muito bonito, a sua homenagem para o filho. Muito fofo!
ResponderExcluirParabéns minha linda, seus posts ficam cada vez melhores...
Lia Christo
www.docesletras.com.br
Olá! Bom o que posso dizer, uma entrevista como esta sempre agrada um bom leitor. Gostei muito das respostas explicativas que ele deu a suas perguntas. O que mais me atraiu foi a explicação dele com a capa. Muito explicativa. Simplesmente amei.
ResponderExcluirParabéns a você por esta entrevista excelente, e parabéns ao autor pela sua obra e por ele ser super simpático.
Beijokas Ana Zuky
Blog Sangue com Amor
Gostei da entrevista Cila e de conhecer um pouquinho mais sobre o autor. Os livros dele são bem interessantes e dinâmicos. Beijo!
ResponderExcluirwww.newsnessa.com
WOW, entrevista emocionante. As respostas do autor me fizeram sorrir em vários momentos. Adorei a maneira como a capa foi feita... Com a imagem do filho do fotógrafo. Ela reflete realmente o que o autor intencionava. Esse menino que representa muito do que somos. Esse menino que, de tão comum, se torna diferente.
ResponderExcluirCila-flor, suas perguntas sempre me fazem admirar a maneira como conduz as entrevistas. Não apenas conhecemos o entrevistado como autor, mas também como pessoa. Adorei o jeito do Leonardo Otaciano. Acho que o livro dele deve conter muito dessa sua natureza simpática.
Ótima entrevista.
Beijos!
www.myqueenside.blogspot.com