[Projeto Fale]: Resenha do Livro Passarinha- Kathryn Erskine

Boa noite Leitores do Cantinho!!!!!!

É com muita emoção que eu trago mais um livro do Projeto Fale. 

Hoje é uma data de extrema importância: O Dia Mundial da Conscientização do Autismo.

Por isso o tema escolhido foi: Autismo e Síndrome de Asperger. 

Eu tive a honra de participar da 2ª Semana Passarinha de Conscientização do Autismo, uma linda campanha promovida pela querida Editora Valentina em 2015, quando eu descobri que um dos livros de ficção de maior representatividade e valor social sobre o assunto é: Passarinha, da autora Kathryn Erskine!!! 

Vencedor de inúmeros prêmios, entre eles, National Book Award, 2010, International Reading Association Award, 2011, Crystal Kite Award, 2011 Honra ao Mérito do Golden Kite Award, Southern Independent Booksellers Award, 2011, Dolly Gray Children's Literature Award, 2012, Obra Notável para crianças  da American Library Association's (ALA), 2011; Melhor Romance para jovens da American Library Association's (ALA), 2011; Obra Extraordinária no Bank Street Best ChildrensBooks,2011 e Obra Notável para crianças e adolescente do Capitol Choices, 2011.

Esse ano, o livro vai completar agora em abril, 11 anos desde que foi lançado. E ainda continua sendo um dos livros mais amados por youtubers, blogueiros e leitores. Por isso entrou também para nossa Coluna Os Mais Pedidos.

Uma história muito especial, com uma lição que vocês irão guardar no coração, e com uma personagem inesquecível. Vocês irão amar Caitlin!  

Hoje é dia de vestir azul e compreender pessoas que encontram cor em um mundo preto e branco!!!!

Confiram a resenha da Bel!!!

Livro: Passarinha
Autora: Kathryn Erskine
Editora: Valentina
Páginas: 224
O Cantinho Indica: 5/5 Favorito!!!!!! 

Passarinha!!!

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Sinopse:

No mundo de Caitlin, tudo é preto e branco. Qualquer coisa entre um e outro dá uma baita sensação de recreio no estômago e a obriga a fazer bicho de pelúcia. É isso que seu irmão, Devon, sempre tentou explicar às pessoas. Mas agora, depois do dia em que a vida desmoronou, seu pai, devastado, chora muito sem saber ao certo como lidar com isso. Ela quer ajudar o pai – a si mesma e todos a sua volta –, mas, sendo uma menina de dez anos de idade, autista, portadora da Síndrome de Asperger, ela não sabe como captar o sentido. Caitlin, que não gosta de olhar para a pessoa nem que invadam seu espaço pessoal, se volta, então, para os livros e dicionários, que considera fáceis por estarem repletos de fatos, preto no branco. Após ler a definição da palavra desfecho, tem certeza de que é exatamente disso que ela e seu pai precisam. E Caitlin está determinada a consegui-lo. Seguindo o conselho do irmão, ela decide trabalhar nisso, o que a leva a descobrir que nem tudo é realmente preto e branco, afinal, o mundo é cheio de cores, confuso mas belo. Um livro sobre compreender uns aos outros, repleto de empatia, com um desfecho comovente e encantador que levará o leitor às lágrimas e dará aos jovens um precioso vislumbre do mundo todo especial dessa menina extraordinária.

Confiram a Resenha!!!!!!!

 RESENHA: PASSARINHA

No site da Editora Valentina há uma chamada para esse livro que diz: “Uma História que ficará para sempre gravada em seu coração”. Essa é a mais pura verdade. “Passarinha” é um dos livros mais lindos que eu já li na minha vida. Foi muito difícil chegar à última página, pois eu não queria que acabasse. Sua intensidade e profundidade não causa dor, e, sim, se propõe a entender a dor e a tratar a dor. Eu chorei pela dor deles. E sai dessas páginas confortada, como se tivesse sido abraçada.


Antes de qualquer coisa, preciso dizer que esse é um dos enredos mais inteligentes que eu já li. A forma como a autora passa as mensagens através de Caitlin, foi simplesmente incrível. Seu texto é rico em sutilezas, simbolismos e metáforas. E principalmente, essencialmente de sensibilidade. 

Deixe-me ver como eu posso tentar explicar. O ponto de partida foi o luto: Devon, o irmão de Caitlin, faleceu. Seu pai está completamente arrasado, destruído. Já tinha perdido sua esposa, e agora também, seu filhinho. Todos ao redor estão de olho na reação de Caitlin. Como passar para ela a compreensão do conceito de morte? Como ela se comportará sem a presença e os cuidados e o amor de seu irmão? Como ela e seu pai irão fazer daqui para frete?

Ela tem Síndrome de Asperger. As pessoas não a compreendem, e ela não compreende as pessoas. A orientadora da escola, sra. Brook, tem um quadro com as expressões faciais para auxiliá-la. Pois Caitlin não consegue identificar as emoções quando fala com as pessoas. A forma como normalmente nos comunicamos, não funciona com ela. Pois ela escuta e interpreta literalmente cada palavra. O que gera muita confusão. É fácil se ofender com o que ela diz. Para quem escuta, ela pode parecer ríspida, insensível, e, em alguns casos, hostil. Pois ela é de uma franqueza que choca. É desconcertante. E por isso mesmo, às vezes, chega a ser engraçado. Eu me peguei rindo em momentos que não eram para rir.

Mas conforme os capítulos avançam, o livro revela ser muito mais. Existe uma tragédia por trás da morte de Devon, que atingiu a cidade inteira. Aos poucos a autora irá contar o que aconteceu e mostrar quem são os personagens envolvidos e as consequências para todos eles. E, em uma reviravolta, movimentar a trama com a busca de Caitlin por algo que possa significar um desfecho para ela e seu pai e para todos conseguirem superar suas perdas e seguirem em frente.

E foi apenas quando Caitlin teve uma epifania sobre o que seria o desfecho que eles precisavam, que caiu a ficha para mim. Nesse momento a história ganhou uma nova perspectiva. Pois eu finalmente entendi, “pesquei” a função dessa personagem.

Primeiro, pela história ser do ponto de vista dela, a autora nos provoca e nos desafia a fazer o exercício de olhar para Caitlin. E de forma genial, enquanto a ensina a desenvolver a habilidade de entender as emoções das pessoas, de lidar com o que a deixa desconfortável, e conversar sobre suas dificuldades e fragilidades, ela está, na verdade, nos ensinando a ter empatia. Ela vira esse livro para nós, leitores. Ela nos dá uma personagem que vive em um mundo diferente do nosso e se comporta de forma diferente da nossa, para aprendermos a conviver com ela. Ensinando-nos a importância e a necessidade de nos colocarmos no lugar do outro. E mostrando que é isso que pode estar faltando, que é aí que podemos estar errando, que talvez esse seja o caminho para que no futuro novas tragédias como essa não se repitam.

Foi aí que eu captei o sentido, de que tudo sempre foi sobre a tragédia e o motivo dela ter acontecido. E de como ela se empenhou em chamar nossa atenção para um problema da nossa sociedade e de nos apontar uma solução. Com a mensagem de que é difícil sim ter empatia, mas que podemos aprender.

Uma história que é marcante por Caitlin, uma das personagens mais bem construídas que já encontrei, e que entrou para minha lista de favoritas. Ela me deixou engasgada várias vezes com seus pensamentos tão lógicos e racionais, pois eles foram certeiros. E também por cenas lindas e carregadas das mais variadas emoções. Não posso esquecer-me das palavras especiais com que a autora nos brindou. E o final? Peguei-me chorando de soluçar. Que livro maravilhoso! Dificilmente irei esquecê-lo e provavelmente irei relê-lo.

Se um dia vocês tiverem a oportunidade de ler, não percam a chance! Eu amei!


(Resenha da Bel)

Troféu do Cantinho: Favorito do Ano

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